CHUVAS - CAS Envia Força-tarefa à região Atingida

Uma força-tarefa composta por 11 servidores do Centro de Assistência Social (CAS), incluindo o chefe do órgão, o Tenente Coronel Henrique Senna, viajou no dia 21 de junho a Palmares, uma das cidades da Zona da Mata Sul mais atingidas pelas chuvas do dia 18 de junho.

O objetivo do grupo, que utilizou três viaturas na ação, foi avaliar os danos sofridos pelo efetivo do 10° BPM, sediado na cidade, e prestar assistência social, em caráter emergencial, às respectivas famílias dos policiais. O Rio Una, que corta a cidade, subiu cerca de cinco metros acima do seu nível normal, devastando a cidade e levando a população local a uma situação desesperadora.

Na chegada, após conferir a listagem das famílias, o que foi feito com o auxílio do comandante daquela unidade, o Tenente Coronel Cláudio Galdino, e também do agente social local, o Sargento Ari, as assistentes sociais do órgão iniciaram visitas às vítimas e o cadastramento, priorizando aquelas mais atingidas. Inicialmente foram visitadas as casas de 18 policiais. As necessidades relatadas foram basicamente as mesmas em todos os casos: água mineral, mantimentos (alimentos), fraldas descartáveis e roupas, já que essas famílias perderam tudo, inclusive móveis e eletrodomésticos, na enxurrada.

Como ajuda imediata, no sentido de minimizar o sofrimento do efetivo local, o CAS encaminhou para a cidade 50 cestas básicas e 50 kits de limpeza. Foi apenas o primeiro lote. O órgão já está providenciando, em regime de urgência, a aquisição de colchões, roupas de cama e outras cestas básicas. A principal ação, entretanto, foi o cadastramento.

TRAGÉDIA

Um cenário desolador. Ao chegar à cidade de Palmares já é possível ter uma real dimensão da tragédia. Há marcas por todos os lados. Guardadas as devidas proporções, a situação lembra em muito a do Haiti, após o terremoto, ou a tsunami que arrasou o sudeste asiático. A começar pela ponte sobre o Rio Una, recém-construída para dar seguimento à BR-101. É impressionante ver a imagem da ponte, erguida com concreto e ferragens novas, em ruínas, no leito do rio.

Andando pelas ruas de Palmares a sensação de uma grande tragédia só aumenta. Lama, muita lama, entulhos, lixo, casas e muros no chão, por toda parte. Há um forte odor no ar. A força da água não poupou nada, nem mesmo prédios públicos, carretas e veículos. Para se ter idéia, o hospital local, um colégio estadual e até o posto do INSS foram parcialmente destruídos. Uma das principais igrejas está literalmente no chão e uma praça afundou. É possível ver roupas, cadeiras e mesas plásticas presas à rede elétrica, o que, por si só, dá uma noção do nível que a água atingiu.

O Sargento Bertino, do 10° BPM, por exemplo, cuja casa foi uma das mais atingidas afirmou que a água subiu cerca de dois metros dentro da sua casa. Ele perdeu quase tudo o que tinha, em termos de roupas e outros bens materiais. Com a ajuda de vizinhos, o grupo conseguiu um bote e passou a prestar socorro à comunidade. “Salvamos aproximadamente umas 200 pessoas. A certa altura, o bote furou e remendamos com cola e uma câmara de ar. Funcionou e prosseguimos como o salvamento”, afirmou, com a fisionomia abatida pela destruição a sua volta.

Mais sorte teve o Soldado S. Filho, da mesma unidade, pai de quatro filhos, que diz só ter perdido um jogo de sofá e um guarda-roupas. “O resto eu consegui salvar”, falou. No entanto, ele confessou estar temeroso em voltar para casa, mesmo porque ficaram infiltrações generalizadas pela laje. “A casa é alugada e ainda não decidi se vou voltar”, afirmou, frisando que tem empréstimos, paga pensão e não está certo se conseguirá arcar com outro aluguel.

Para avaliar a dimensão dos estragos, a equipe do CAS visitou a casa da Soldado Carina, que mora com outras quatro colegas. Na antena parabólica e na fiação elétrica ficaram presas uma mesa e uma cadeira plástica respectivamente.
O Soldado Marconi, morador da Rua Projetada, no Centro de Palmares, diz que ainda vai verificar se a geladeira, recém-comprada, está funcionando. Pai de três filhos, ele se diz satisfeito por ter conseguido salvá-los. “O Sargento Bertino me ajudou com o bote e, graças a Deus, estamos todos vivos”.

BARREIROS

Em Barreiros, outra cidade arrasada pela enchente, o CAS compareceu no dia 22, inclusive com a presença do subchefe do órgão, o Major Erivaldo. Lá, a água tomou todo o destacamento da PMPE e afetou a casa de 60 soldados do efetivo local. Desses, 50 perderam todos os objetos e os outros dez ficaram sem as casas. Segundo o oficial, o CAS abriu um processo licitatório, em caráter emergencial, para adquirir geladeiras e fogões. Os eletrodomésticos, no entanto, só serão entregues aos policiais após a triagem feita pelas profissionais da Seção de Ação Social do CAS.

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